quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Sapato apertado.


E então a gente acha que nunca mais será capaz de encontrar alguém para amar. Não depois de se machucar tantas vezes. Não depois de se enroscar na cama e abraçar o travesseiro, como se ele fosse a única base que te deixe de pé. E então se passam horas, e o choro já se tornou um soluço, e enfim o sono vem como uma morfina, e te deixa dormir. E a dor se vai por algumas horas. Poucas horas. 
 A verdade é que nunca queremos passar por isso. Mas é como um sapato apertado. Sabemos que machuca, mas mesmo assim, usamos. Aperta, rala, incomoda, e no final, o que sempre resta, são bolhas, que deixam marcas permanentes. Pegamos trauma do sapato por um tempo, mas não demora muito, estamos com ele novamente no pé, pedindo e suplicando para que não doa, não machuque, mas bem lá no fundo sabemos o final. Sabemos o resultado. Mas, se não machucasse, se não ralasse e se não desse bolhas, não seria amor. O bom nisso tudo, é que sempre podemos tirar uma lição. Independente de cismarmos em calçar o mesmo sapato várias vezes... 

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